DESARMAMENTO
E SOBERANIA
Artigo publicado em 04/06/2015 - Monitor Mercantil
Economista
Marcos Coimbra
Professor,
Acadêmico fundador da Academia Brasileira de Defesa e autor do livro Brasil
Soberano.
No Brasil o serviço militar é
obrigatório. Todo jovem é convocado para cumprir seu dever aos dezoito anos, Apenas
parte deste contingente é incorporado, devido a problemas principalmente de
escassez de recursos e de infra-estrutura.
O objetivo é a sua preparação para a defesa da Pátria, devido ao insuficiente
efetivo profissional das Forças Armadas, considerando-se as necessidades
existentes. Ele aprende a atirar com armas leves e pesadas, faz teste de tiro
e, quando aprovado, é julgado apto. Em outros países, como Israel e Suíça, todo
cidadão, de acordo com critérios específicos, é considerado como soldado da reserva,
pronto para entrar em combate, quando necessário. Até a Venezuela comprou 100.000 fuzis
de assalto para formar uma milícia de combatentes, recentemente, para defesa
dos atuais detentores do poder político naquele país.
Na conjuntura atual, reina a insegurança no país,
em especial no Rio de Janeiro, onde centenas de pessoas estão sendo trucidadas
por marginais, muitos deles “menores”, em especial com uso de armas brancas,
sem a mínima possibilidade de exercer seu legítimo direito de defesa, por falta
de meios. Estamos sendo massacrados, mesmo sem oferecer resistência, ficando
nossas vidas a mercê dos humores dos bandidos. A violência imposta pelo
narcotráfico domina as cidades. Organismos internacionais, com a conivência de “cidadãos
brasileiros”, alguns ingênuos, outros por terem sido cooptados por várias
razões e os demais em função de motivações ideológicas, estão introduzindo no
Brasil a cultura da covardia. Ou seja, não reaja, não
olhe para o bandido, faça aquilo que ele mandar etc. Autoridades estrangeiras
declaram o fim da soberania brasileira sobre a nossa Amazônia.
Houve um
referendo sobre a proibição da comercialização de armas de fogo e munições,
onde a imensa maioria dos eleitores (cerca de 64%)
rejeitou o absurdo Quase todos os políticos (principalmente os ditos de
esquerda) foram a favor da proibição, tendo sido fragorosamente derrotados.
Porém, conseguiram impor o famigerado estatuto do desarmamento, por acordo de
lideranças, sem sequer votação no plenário. Só defende o estatuto do desarmamento
quem ignora o que está por trás dele, estrangeiros
ou sicários. Na realidade, o Brasil só possui dois partidos políticos: o de
Tiradentes e o de Silvério dos Reis. Os que foram responsáveis pela implantação
do estatuto do desarmamento passarão à História como integrantes deste último.
Numa provável tentativa de invasão da
Amazônia, nossa única chance é a luta não convencional, em que poderão ser
empregados os reservistas e civis voluntários, possuidores de armas de fogo e
munição, com destreza em sua utilização. Caso sejam confiscadas milhões de
armas em especial aquelas em poder de reservistas, como defender nosso país das
agressões externas e internas? O objetivo deve ser estimular os cidadãos dignos
a legalizarem suas armas de fogo, impondo punições severas aos que tiverem
armas ilegalmente e não desarmá-los. Ou o verdadeiro objetivo é facilitar a
tomada de nosso território por estrangeiros, bem como a ação de criminosos?
O argumento falacioso de que um
revólver é um "vetor de violência" não se sustenta. Os marginais
empregam armas de guerra, AR-15, M-16, lança-granadas, desprezando armas de
pequeno porte. Armas não matam pessoas. Pessoas matam pessoas. Na realidade,
quem precisa ser controlada é a mídia, pois não há maior "vetor de
violência" hoje do que os programas, novelas e filmes violentos
transmitidos pelos meios de comunicação, onde fazem apologia até do uso de
drogas. Um povo desarmado é muito mais
fácil de ser escravizado, não tendo condições de exercer o direito
constitucional de autodefesa.
A manobra é muito clara. A liderança do
movimento é da ONG Viva Rio, fundada em NOV/93, no Rio de Janeiro, com a
participação e o patrocínio de representantes das Fundações Rockefeller, Brascan, Kellog, Vitae e Roberto
Marinho e a presença do então Chanceler FHC e do banqueiro David Rockefeller,
fundador do Diálogo Interamericano, sendo filiada à IANSA-International
Action Network of Small Arms, uma rede de 186 ONGs
criada para atuar como uma central de coordenação da campanha internacional de
desarmamento. O manifesto de fundação da IANSA exige inclusive a redução dos
gastos militares ao nível mais baixo possível, bem como reduzir as
disponibilidades de armas para civis em todas as sociedades, além de assegurar
um efetivo controle e monitoramento das forças militares, polícia e outras
instituições. Fica claro que este é o passo inicial. Depois, virão os outros.
E, o Brasil, com 8.500.000 km2, detentor de vastos recursos naturais, vitais no
terceiro milênio, ficará indefeso, a mercê dos "donos do mundo".
A legislação atual é bem severa, tanto para os que
tentam comprar arma de fogo, como para aqueles que possuem porte, hoje
praticamente impossível de ser obtido. O
único argumento levantado pelos inimigos de armas neste aspecto é o de que quem
possui arma e reage aos bandidos é morto e sua arma vai engrossar o arsenal da
marginalidade. Porém, no Reino Unido, após o banimento das armas curtas, a
própria polícia reconhece que isto em nada contribuiu para melhorar a situação,
existindo ainda de 400 mil a um milhão de armas de fogo ilegais. O próprio
Comitê de Assuntos Internos planejou uma revisão na legislação de armas de fogo
e o Sr. Bill Harriman, membro do Comitê Consultivo em
armas de fogo afirmou que: "a legislação focou o cidadão honesto que
participa de clubes de tiro, quando deveria ser direcionada a armas possuídas
ilegalmente".
Ninguém tem moral, direito ou
legitimidade para rasgar a Constituição, impedindo o direito natural à
autodefesa do cidadão. Caso este comportamento fascista seja mantido, as
autoridades irão colocar na cadeia os cerca de oito milhões de cidadãos
possuidores de armas legais e soltar os bandidos que estão trancafiados? E quantas armas continuarão a existir no
país, computando-se as ilegais já existentes? Queremos direitos iguais às
"autoridades", que, além de portar armas, possuem carros blindados,
seguranças até estrangeiros, com armamento de guerra.
Outra questão importante é a da maioridade penal. A
maioria do povo (mais de 80%) quer a mudança. É impossível continuar como desejam
os “defensores dos direitos humanos dos marginais”. Quem assalta, estupra, mata
deve ser punido adequadamente, independente de idade, de acordo com avaliação
psicológica, médica e judicial. Vamos à consulta popular. Quem teme o
referendo?