OBJETIVOS NACIONAIS BRASILEIROS

Prof. Marcos Coimbra

Conselheiro Titular do CEBRES, Professor  de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.

(Artigo publicado em 27.05.10 no MM).

 

          Poder Nacional é a capacidade que tem o conjunto interagente dos homens e dos meios que constituem a Nação, atuando na conformidade com a vontade nacional, de alcançar e manter os Objetivos Nacionais. Os Objetivos Nacionais Permanentes (ONP) são: Democracia, Paz Social, Progresso, Soberania , Integração Nacional e Integridade do Patrimônio Nacional.   

         Devido a pressões externas, sofremos o risco de serem agravadas as tensões no plano social, com o acirramento e a indução de choques de caráter  religioso e étnico. As famigeradas ONGs e a mídia internacional, secundada pela mídia nacional, estão jogando irmão contra irmão, católicos contra protestantes e espíritas, brancos contra negros e índios, homens contra mulheres, chegando até a estimular o homossexualismo. Seu objetivo é abalar nossa coesão social, para fragilizar-nos, impedindo a Integração Nacional.

         Quanto à Integridade do Patrimônio Nacional, é acelerado o processo de demarcação de terras indígenas, para depois preparar o terreno para o "direito dos índios à autodeterminação" e para aplicar o "direito de ingerência dos mais fortes", o que lhes possibilitaria retalhar o território brasileiro, em especial a Região Amazônica, dividindo-a em quistos, protegidos por uma força internacional de paz. A pretexto de defender os direitos dos índios, vão explorar nossas riquezas e recursos naturais, cada vez mais raros. Os movimentos separatistas em embrião no país (no sul, em especial, e até no nordeste) também estão sendo estimulados e apoiados via externa. Surgem os quilombolas, que, através de um estranho mecanismo de autodeclaração de afrodescendência, vão tornando-se donos de vastas e ricas áreas do território nacional, usurpando direitos dos atuais proprietários.

                   A Democracia é uma verdadeira obra de ficção. Vivemos numa ditadura constitucional, onde o Executivo chega a ameaçar os integrantes do Legislativo de perda de cargos de confiança de seus apaniguados, caso não votem de acordo com seus desejos. As regras do chamado horário gratuito eleitoral apenas atendem aos interesses dos partidos majoritários, que não por acaso possuem as maiores bancadas no Congresso. Assim, perpetuam-se no poder. A Justiça Eleitoral queda-se inerte diante de inúmeras agressões  praticadas contra a lisura das eleições de 2010, principalmente quando oriundas dos eventuais detentores do poder político. Já com relação aos integrantes da oposição é rigorosa, pois três governadores de suas hostes foram cassados, sendo dois deles substituídos por derrotados no pleito de 2006, por “coincidência” pertencentes a base política de Lula.

         A Paz Social está a cada dia mais ameaçada. A ação agressiva do MST, do MLST, da Via Campesina no campo e na cidade mostra uma situação perigosa. A administração federal  não agiu no  tempo adequado e agora os problemas tornaram-se muito mais graves. Nas grandes cidades, em especial, é deflagrada uma guerra civil não declarada. As razões de insegurança predominam e não são resolvidas pelas autoridades responsáveis pela segurança pública. Assalta-se em plena luz do dia e os marginais não são sequer presos, quanto mais punidos. O cidadão é desarmado e passa a ser obrigado a permanecer “preso” em sua residência. Para sair de casa tem que escolher destino e roteiro a fim de não ser trucidado.

         A Soberania corre cada vez mais risco. A ordem jurídica não é mais respeitada no território nacional. As autoridades locais submetem-se a diretrizes determinadas pelo Resto do Mundo. Burocratas estrangeiros de terceiro escalão regulam até o volume de investimento na área social, através de seus prepostos tupiniquins.

         O Progresso está cada vez mais distante. Com a crise mundial de 2008, agravada pelo caos enfrentado pela União Européia, no momento presente, o país passará no ano vindouro por sérias dificuldades. A precarização do trabalho e as relações informais crescem, deixando o trabalhador desprotegido. Só existem empregos de baixa remuneração (até dois salários mínimos). A privatização selvagem impede os brasileiros de voltar a ter esperanças no futuro. Tudo está sendo vendido. Trocam-se ativos reais por “papel pintado”. Estamos ficando cada vez mais dependentes. 

Para mantermos nossos ONP é indispensável o urgente fortalecimento das nossas Instituições, em especial  de nossas Forças Armadas, além da existência de um governo apto a enfrentar o que será talvez um dos maiores  desafios da nossa História. Preservar para os nossos filhos aquilo que foi tão duramente conquistado pelos nossos antepassados. Afinal, o Brasil é dos brasileiros! Caso permaneçamos indiferentes, ausentes, medrosos, nossos filhos terão o direito  de cobrar-nos: por que não fomos capazes de, além de doar nossas vidas em defesa do que recebemos, dar-lhes razão para continuarem a viver dignamente?

Portanto, causa-nos espécie que nenhum dos três  principais candidatos à presidência tenha, até agora, sequer apresentado uma proposta de um Plano Nacional de Desenvolvimento. Esperamos que isto seja feito em tempo hábil, a fim de que o eleitor possa fazer uma escolha consciente.

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