INSEGURANÇA GERAL

Artigo publicado em Fev/Mar no jornal VILA EM FOCO

Os jornais noticiam que, no município do Rio de Janeiro, mães na fila para garantir uma vaga na escola pública são brutalmente estupradas, na frente dos filhos, por bestas humanas, que se deliciam com o sofrimento de suas vítimas, chegando ao acinte de fotografá-las para completar a humilhação destas pobres brasileiras. A falta de segurança mostra que vigora a lei de Murici: " cada um por si". Quanto mais polícias e guardas são criadas, maior a insegurança. Como pode acontecer um ultraje destes, no limiar do terceiro milênio, numa cidade como o Rio? A pergunta lógica é sobre o comportamento das autoridades.

O prefeito está mais preocupado em garantir o "topless" nas praias, numa evidente atitude demagógica, para obter a boa vontade da mídia amestrada e de degenerados sexuais que, infelizmente, são considerados "formadores de opinião", preocupados em procurar transformar suas deformações morais em comportamento padrão. O governador, apesar de evangélico, afirma que não tem nada com isto. A idéia fixa dele é acabar com as armas de fogo no Brasil, em posse dos cidadãos honestos, dignos e de bons costumes. Comete o pior dos pecados, o da omissão. Saia de cima do muro, Sr. Garotinho, pronunciando sua decisão! Deixe de adotar uma postura tão habitual aos tucanos e subserviente às organizações Globo. Eles não precisam de armas, porque todos, até os netos, só se locomovem com vários seguranças, armados até os dentes. O presidente FHC continua a acatar ordens do exterior, propondo como solução para a violência o desarmamento da população civil ordeira e cumpridora das leis, seguindo as determinações do Sr. José Gregori e do movimento Viva Rio, aliados do Sr. José Carlos Dias, ministro da Justiça. Que figuras! O ex-ministro Élcio Álvares que parece ter sido demitido menos por suas fraquezas do que por seus atos positivos, já levantou a curiosidade sobre a atuação do advogado José Carlos Dias, antes de ser nomeado ministro. Afinal, ele foi o advogado do "Jorginho da Rua Cuba", acusado de parricídio e absolvido por prescrição, do banqueiro Salvatore Cacciola, do banco Marka e das indústrias Schering, acusadas de fabricar anticoncepcionais com farinha de trigo. É este o cidadão que o Congresso ouve para decidir sobre a votação da "lei dos marginais", ou seja, do desarmamento? Só no Brasil! A Igreja pronunciou-se, através de seu Cardeal, no Rio, contra a decisão das "autoridades". E o notório Gabeira atreveu-se a atacar a Igreja, fiel ao seu papel de "destruidor das Instituições". Os assaltos continuam a suceder-se sem repressão e a "saídinha" ( modalidade de assalto que consiste em atacar a vítima que sai de uma agência bancária com recursos monetários), chega a 70 casos diários. Este é o roubo não legalizado. O roubo legalizado progride com os extorsivos aumentos do IPVA ( mais de 33%), IPTU ( mais de 10% ano a ano), ISS sobre profissionais liberais ( 50 UFIR por mês), pedágios, tarifas telefônicas e outros. E o representante do ministério da Fazenda afirma que não há inflação no país.

No ministério da Defesa, é nomeado para o cargo o Advogado Geral da União, Sr. Geraldo Magela Quintão, o "Doutor Quin", que nem prestou serviço militar, como seu antecessor. Apesar de ser considerado um competente jurista, sério e honesto, antes de passar a colaborar com a administração FHC, não tem capacidade de comando, nem o conhecimento das Forças Singulares , nem força política, para exercer cargo de tal importância. Seria mais adequado para o seu perfil preencher a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal. E talvez este seja o plano de FHC. Colocar um advogado mais maleável na Advogacia Geral da União e ocupar o cargo de ministro da Defesa com uma pessoa menos visada. Contudo, antes de assumir, o Sr. Quintão já é acusado pelo Ministério Público de fazer 219 viagens pela FAB, com recursos do povo, para visitar sua esposa, além de outros passeios sob outros títulos. E, para culminar, é divulgado seu parecer "técnico", aprovando a venda da EMBRAER para grupos alienígenas, esquecendo que existem outras considerações a serem observadas para proferir um parecer de tal relevância (estratégicas, políticas, de interesse nacional, de soberania e outras). Num país sério, não seria nem mantido como advogado da União.

E fica a constatação do modo como a administração FHC trata os militares. Com desprezo, raiva, ódio e mágoa. Há razões profundas em tal proceder, que só Freud poderia explicar. Aliás, o lenço vermelho do MST no pescoço da Sra. Ruth Cardoso, nas festividades no forte de Copacabana, no dia 31.12.99, é um bom indicador. Observando este comportamento, fica a dúvida: o que FHC espera dos militares brasileiros? É melhor observar o que está ocorrendo em outros países próximos, como a Venezuela e o Equador, onde quase os nacionais conseguem assumir o poder, apenas sendo desalojados no último momento por pressão dos EUA. Mas o povo, em especial os indígenas, continua mobilizado.

Prof. Marcos Coimbra

Professor Titular de Economia na Universidade Candido Mendes, Professor na UERJ e Conselheiro da ESG

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