ABSURDOS INEXPLICÁVEIS

Prof. Marcos Coimbra

Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.

(Artigo publicado em: 26.07.11 – MM)

         A Voz do Brasil, noticiário de rádio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que vai ao ar todas as noites em rede nacional, destacou, no dia 10.07.12, o acordo de cooperação técnica firmada entre a Codevasf e o Corpo de Engenheiros do Exército Americano (USACE) para consultoria, visando ao desenvolvimento da hidrovia do São Francisco.

Na matéria, o presidente da Codevasf, Elmo Vaz, explica o andamento dos trabalhos no campo de provas em Barra, na Bahia, e o gerente de Concessões e Projetos Especiais da Codevasf, Roberto Strazer, destaca que o transporte de mercadorias pela hidrovia irá reduzir os custos dos produtores da região, além de ter baixo impacto ambiental e ser menos poluente que o transporte terrestre.

Com a parceria firmada com o USACE, em 2011, espera-se o desenvolvimento da hidrovia do São Francisco mediante o controle de processos erosivos, melhoria de navegabilidade e contenção de margens. Isto foi discutido com a comitiva do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos (Commander of US Southern Command), liderada pelo comandante Douglas Fraser, tenente-brigadeiro da Força Aérea daquele país, na reunião naquela data em Brasília. O secretário extraordinário da Indústria Naval e Portuária do Estado da Bahia, Carlos Costa, também participou, além de diretores e técnicos da Codevasf.

Em seu pronunciamento, o tenente-brigadeiro Fraser falou da importância do trabalho conjunto com a Codevasf. “É um privilégio vir ao Brasil para conhecer melhor esse projeto. Esperamos que haja um fortalecimento dessa parceria com novas ações a partir dessa cooperação com a Codevasf”, afirmou. Para o primeiro ano, até agora foram identificados os projetos de avaliação do campo de provas, em Barra (BA), e a aplicação dos tubos de geotêxtil, na Ilha Sambaíba, e Curralinho.

O monitoramento do projeto pelo USACE envolve também investigação geológica, avaliação geotécnica, análise da qualidade da construção, análise hidrológica e outros estudos.

De fato, trata-se de um absurdo inexplicável e imperdoável, em especial por tratar-se de um acordo entre um órgão do ministério da Integração Nacional e um organismo estrangeiro, a USACE, representada por um oficial general da mais alta patente das FFAA dos EUA. De início, não acreditamos na veracidade da mesma. Contudo, verificamos sua procedência, infelizmente. Cabe a primeira pergunta: Esta aberração está sendo concretizada com o conhecimento da Presidência da República? E, a seguir, o Congresso Nacional apreciou o assunto? E o Exército Brasileiro foi ignorado? Os (ir)responsáveis autores por acaso sabem que na região de Barra existe uma rica região mineral? Qual a justificativa de investigação geológica por estrangeiros na área? É revelador o fato, ainda mais ocorrendo na Bahia, onde o governador é do PT, Jacques Wagner.

Os absurdos prosseguem com a informação prestada em relatório de entidade britânica ao afirmar que brasileiros têm US$ 520 bi em contas em paraísos fiscais. O valor só é menor do que teriam chineses, russos e sul-coreanos e representa mais de um quinto do PIB nacional. É coerente com as estimativas da avaliação do montante da economia subterrânea no Brasil, em torno de R$ 663,4 bilhões, o que equivale a 18,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011. Contudo, há especialistas no assunto especulando ser o percentual bem maior. A pergunta lógica é : qual a ação das autoridades econômicas em relação a esta situação? São recursos vultosos capazes de, se corretamente recuperados e aplicados, minorar necessidades básicas (saúde, educação, segurança) da população brasileira tão desassistida, apesar da elevada carga tributária paga (quase 40 % do PIB).

E culmina com a sucessão de crimes de alto nível de periculosidade cometidos por “menores” de 18 anos, em todo o país. Fica clara a utilização de menores por marginais maiores de idade, para livrarem-se da responsabilidade, imputando-a aos ditos “menores”, pois é sabido que não serão devidamente punidos. Um dos episódios apresentado pelas emissoras de televisão mostra um marginal com 20 anos e um menor, este com um revólver na mão, sequestrando uma professora em seu automóvel. A seguir entram no veículo, algumas moças também “menores” que, com certeza da impunidade, não somente torturam a vítima psicologicamente, como gravaram as cenas, através do celular da mesma.

Quando eles foram presos, elas, ao serem interrogadas, afirmaram que teriam sido forçadas por eles, sendo liberadas. Apenas agora, com a descoberta do celular é que foram denunciadas. O que nossos congressistas estão esperando para acabar com a indecente impunidade destes marginais, os quais são menores para serem punidos, mas mais cruéis do que os maiores, ao cometerem seus crimes? Em torno de 66 % dos brasileiros anseiam por esta ação, segundo pesquisas recentes. Ao invés de ficarem debatendo coisas menores, de interesses externos, como descriminalização da droga ou criminalização da “homofobia”, deveriam discutir se é mais correto diminuir a idade para limites inferiores a dezoito anos ou se é mais correto aumentar o tempo de internação dos menores apenados.

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