CAOS COMPLETO
Artigo publicado em 04/05/2017 - Monitor
Mercantil
Economista Marcos
Coimbra, Professor, Assessor
Especial da Presidência da ADESG, Membro do Conselho Diretor do CEBRES,
Acadêmico fundador da Academia Brasileira de Defesa e Autor do livro Brasil
Soberano.
O Brasil atravessa um dos períodos mais
difíceis de sua existência como Nação. A corrupção é um tsunami ilimitado. Os
três poderes encontram-se desacreditados. E as consequências são as já
esperadas. Vale tudo. Os corruptos são presos por decisão de primeira instância
e soltos em grau superior, independentemente do grau de lesão à sociedade
brasileira.
É inadmissível que
magistrados decidam sobre processos em que deveriam declarar seu impedimento,
em franco descumprimento da legislação vigente. O exemplo dado é um claro
sinalizador para todos os cidadãos. A recente decisão de membros do Supremo
Tribunal Federal (STF) ao mandar libertar o Sr. José Dirceu, bem como as
anteriores, em relação aos Srs. Bumlai, Genu e Eike representam um tapa na cara do cidadão honesto.
Até o goleiro Bruno foi inicialmente solto em decisão monocrática,
reformada em boa hora pela primeira turma do Supremo, devido ao clamor público.
Agora, agentes penitenciários invadem o ministério da Justiça, reivindicando
sua retirada do regime geral proposto pelo Executivo. Querem passar para o
regime especial. Aliás, todo mundo quer que os demais paguem a conta da
corrupção, da criminosa concessão de subsídios, isenções e da não cobrança da
dívida existente por organizações de porte como JBS, Banco do Brasil, CEF etc.
Não os próprios. Já é uma excrescência os privilégios concedidos ao andar de
cima, imunes a qualquer reforma prejudicial aos seus interesses corporativos. E
cada vez aumenta mais a composição da categoria dos príncipes. Até o limite
máximo do teto constitucional é flexibilizado pelo
Supremo.
De acordo com a decisão, o cálculo do teto vale
para cada salário isoladamente,
e não sobre a soma das remunerações. Na prática, estes servidores poderão
ganhar mais que R$ 33,7 mil, valor dos salários dos próprios ministros do
Supremo, valor máximo para pagamento de salário a servidores públicos. A
decisão da Corte também terá impacto no Judiciário e no Ministério Público,
porque muitos juízes e promotores também são professores em universidades
públicas, inclusive, alguns ministros do STF. Enquanto isto mais de 60% dos
aposentados no Brasil recebem menos de dois salários
mínimos (SM). Quanto a pensionistas é melhor nem falar. E a
tendência, caso a reforma da previdência proposta em sua forma ortodoxa
seja aprovada, é todo mundo receber pouco mais de um SM, apesar de contribuir
para obtenção de valores mais elevados. Isto caso consiga trabalhar formalmente
durante o tempo exigido.
No Rio de Janeiro, estamos vivendo uma situação de
guerrilha urbana. Os acontecimentos do dia 02 de maio demonstram claramente
aquilo que qualquer pessoa com o mínimo de discernimento já sabia. As ações
ocorridas no dia 28 de abril já sinalizavam o cenário existente, com a clara
indicação de seu agravamento. Naquele dia eram grupos de vândalos em ação coordenada,
depredando próprios públicos e particulares, impedindo o direito de ir e vir da
população, intimidando o cidadão comum e ocasionando vultosos prejuízos, a
serem pagos pelo contribuinte, ao final do processo.
O crescimento do poder dos agentes do narcotráfico,
agora bem organizados, possuidores de armamento sofisticado, apoiados por uma
mídia permissiva, com a cobertura de “comissões de direitos humanos” protetoras
destas agressões, alicerçadas em uma crescente tentativa de imobilização das
forças de segurança através de medidas diretas e indiretas, configuram o caos
profundo existente na antiga cidade maravilhosa. Era o que faltava para a
constatação do predomínio da barbárie. Não temos mais segurança sequer para
caminhar nas ruas.
Não há mais governo, nem autoridade. O
descumprimento por parte das “autoridades” estaduais e municipais da satisfação
das necessidades coletivas do povo é um escândalo. A brava Polícia Militar do
Rio de Janeiro, apesar das adversidades, da falta de apoio e de comando eficaz
e da insuficiência de meios (combustível, armas modernas, munição etc.)
revela-se uma tropa de alto rendimento. Sua atuação é digna de todos os
elogios. Fazem o impossível, sem que obtenham um mínimo de reconhecimento por grande parte da
população anestesiada pela vil campanha empreendida por mal intencionados. Imaginem se eles resolvessem entrar em greve
como a do Espírito Santo.
Para o Brasil, a esperança é apenas em Deus. Para o
Rio, uma intervenção federal urgente, mas só sob o comando de um oficial
general.